A segunda metade do século XVII foi caracterizada por uma desintegração cultural e um desarranjo político no Congo (território que hoje faz parte dos atuais Congo, Zaire e Angola). As forças portuguesas haviam vencido o Congo, a cristandade de AFONSO I havia caído no sincretismo, uma mistura do cristianismo com as religiões tradicionais da África, e três famílias reais lutavam pelo poder. Dentro desse vácuo cultural e político, diversos profetas messiânicos surgiram para proclamar suas visões sócio-religiosas. A mais importante entre eles foi Kimpa Vita, uma jovem moça que acreditava estar possuída pelo espírito de Santo Antônio de Pádua, um santo católico popular e realizador de milagres. Ela começou a pregar na cidade congolesa de San Salvador, a qual declarou ser desejo de Deus que fosse novamente tornada capital. Seu apelo pela unidade obteve um grande apoio entre os camponeses, que migraram em massa para a cidade, identificada por Kimpa como a cidade bíblica Belém. Ela disse a seus seguidores que Jesus, Maria e outros santos cristãos haviam sido realmente congoleses. Kimpa conspirou em conjunto com o general, súdito de Pedro IV, um dos que lutavam pelo trono, porém foi capturada. Tanto Kimpa quanto seu bebê - concebido por seu "anjo da guarda" - foram queimados na fogueira por heresia, mediante instigação dos missionários capuchinhos.O movimento Antoniano, iniciado por Kimpa, sobreviveu a ela. O rei do Congo, Pedro IV, utilizou-o para unificar e renovar seu reino. As idéias de Kimpa perduraram entre os camponeses, aparecendo em diversos cultos messiânicos até que, dois séculos depois, tomou nova forma na pregação de Simon Kimbangu. PQ, POUCO SE FALAM DESTA HEROINA, BRAVA, CORAJOSA
Por: Jonasluc Jons Facebook: Grupo Kongo
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