mardi 19 novembre 2013

O JULGAMENTO DE MFUMU KIMBANGU IIª PARTE E FIM.



ATENÇÃO: Continuaçao do julgamento/segunda parte
G. Der.=General de Rossi (o homem que presidiu o julgamento do Profeta Kimbangu); 
Mf. K= Mfumu Kimbangu.

G. Der.=General de Rossi (o homem que presidiu o julgamento do Profeta Kimbangu); 
Mf. K= Mfumu Kimbangu.

G. Der: É esse seu Deus que te mandou insinuar os negros através dos seus ensinamentos a odiarem os brancos?

Mf. K: Tata Nzambi a Mpungu é Deus de justiça nos céus e na terra, em toda a criação. Se os vossos actos (vós brancos) são justos para com as raças humanas nesta terra, então felicidades para vós.
Mas se os vossos actos perante os negros, amarelos e vermelhos são maliciosos, então deveis tremer de medo, porque o Senhor meu Deus é um Deus muito poderoso!
Resta pouco tempo para que a ira dos anjos da justiça de Nzambi a Mpungu ascenda e faça descer fogo que lavará as terras de seus filhos…

G. Der: Será verdade que você Kimbangu curaste doentes e ressuscitaste mortos?
Mf. K: Sim.

G. Der: Que tipo de inteligência usaste para curares doentes e ressuscitar mortos?

Mf. K: Não é a minha personalidade que cura e ressuscita, mas é a força de Nzambi a Mpungu em mim que faz todas essas obras.

G. Der: Ensinaste nas suas campanhas de evangelização que será construído um templo grande da religião dos negros na cidade de Mbanza Kongo dia Ntotela?

Mf. K: Sim! Ensinei, pois foi isso que o espirito de Nzambi a Mpungu mandou-me falar ao povo Kôngo.

G. Der: porque tu cidadão do Kongo Belga procuras introduzir desordem no país alheio do Kongo Português (Angola)? Não conheces as fronteiras do seu país?

Mf. K: Que fronteiras nós devemos respeitar? As traçadas consoante a vontade de Deus, antes da vinda de vós brancos em Katiopa (África) ou as trazidas pelos brancos que vieram colonizar os negros?
Nós Bakongo não participamos na conferência de Berlim. Nenhum negro esteve presente nessa conferência para falar em nosso nome. Por isso, tudo que vós decidistes na conferência de Berlim não tem nada a ver connosco (os negros), connosco os Bakongo. Problema vosso! É convosco!
Será que os judeus podem se esquecer de Jerusalém, por causa dos europeus que a destruíram e dividiram-na em duas partes? Não.
Falo o mesmo da cidade de Mbanza Kongo que não pode ser esquecida, visto que, Ne Mpungu a escreveu no coração de todos os filhos do Kongo.

Kongo e Israel estão adormecidos agora. Falta pouco para acordarem e fazerem palpitar os seus corações. Mbanza Kongo é o coração do coração de África…

G. Der: É verdade que você Kimbangu disse que no futuro os brancos se tornarão negros e os negros tornar-se-ão brancos?
Mf. K: Sim.

G. Der: o que significa essa sua afirmação?

Mf. K: no futuro, quando chegar o tempo, o Senhor vai revelar o significado desta afirmação.



Depois deste interrogatório, os brancos reuniram-se para chegarem a um acordo sobre a medida a ser tomada acerca do Mestre Kimbangu.
Depois da reunião, General de Rossi apresentou a decisão tomada que era a pena de morte por enforcamento ou por crucificação. Ditada a sentença, os brancos dividiram-se em dois grupos: os prós e os contra a pena de morte de Mfumu Kimbangu. Por isso, muitos brancos escreveram para o rei Albert, no sentido de alterar a sentença tomada na 1ª instância. Alguns dos brancos que escreveram para o Rei Albert a favor de Mfumu Kimbangu são: Sr. Dupuis, Reverendo Ross Phillips e o Reverendo Clark, ambos da igreja protestante.
O rei Albert alterou a sentença, decidindo que a pena de morte fosse substituída pela prisão perpétua a ser cumprida longe das terras do reino do Kongo.

Com isso, General de Rossi decidiu que Mfumu Kimbangu tinha de cumprir a sua pena na cidade de Elizabeth (Lubumbashi). E assim foi. Kimbangu ficou preso de 1921 a 1951, 30 anos de prisão. Numa das suas orações, dizia Mfumu Kimbangu: Bika mpasi zame zakituka bonso kikodi kifuete futua kidi vo nsi za bandombe za baka kimpuaza=Que o meu sofrimento seja o sacrifício que se deve consentir para que os países dos negros se tornem independentes.





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Fonte: MAKONGO: o livro sagrado da religião africana «Makaba, capítulo 12, versículo 1 à 88»

Por: Mbizi Malundo Mahula Bige                                       Facebook: Grupo Kongo

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