samedi 27 avril 2013

A VERTENTE NACIONALISTA DE (KIMPA VITA) VITA KIMPA.


Kimpa Vita, no seu tempo, tinha duas missões importantes para a população do Kongo. Uma missão na vertente espiritual e outra na política, porquanto, ostentava o título tradicional Kôngo de Makandala o que significa Chefe Político e Religioso.

Porém, aqui cingir-nos-emos apenas da sua missão Política que fez dela também uma Nacionalista Kôngo.

Para entendermos melhor o trabalho político de Kimpa Vita, é preciso que recuemos um pouco no tempo, esclarecendo que durante o reinado do Ntotela (Rei) Vita Nkanga, os portugueses prosseguiam com o seu plano de conquistas de territórios e a criação de Reinos fantoches, outrora pertencentes ao Grande Império KONGO, visando assim a criação da colónia portuguesa ANGOLA.
                                                           
Com vista a detê-los, em Agosto de 1665, o rei Mvita Nkanga concentro o exército do Kongo em Mbanza Kongo, composto por combatentes vindos de todos os cantos do Reino que ainda permaneciam fiel a Mbanza Kongo, perfazendo assim um total de 900.000 combatentes. Sob comando do próprio rei, os combatentes do Kongo marcharam em direcção a Este onde encontrava-se concentrado uma parte do exército Português, composto por brancos e negros mercenários intitulados JAGAS, tendo-se dado a vista na região Kôngo de Mbuila, deformado em Ambuila pelos portugueses. Aqui nesta região, o exercito Kôngo e português travaram uma forte batalha que durou três meses, culminando com a vitória do exército português, devida a superioridade das armas de fogo, incluindo canhões.

Apesar da vitória do exército português, este sofreu uma terrível baixa de homens. Por isso, depois da batalha, reuniram-se em Luanda e decidiram destruir a capital dos kongo, deixando-os sem direcção para facilitar o plano de colonização. Para o efeito, no mesmo ano de 1665, tropas portugueses cercaram a cidade de Mbanza Kongo, flagelando-a até que ficou completamente destruída e proibiram que a mesma voltasse a ser habitada.
Deste modo, tornaram-se fácil a conquista de territórios e a rusga de escravos. Volvidos 38 anos Mbanza Kongo transformou-se em floresta, cada região do reino considerava-se como sendo um reino e escolhiam o seu rei e a desordem tomou conta do KONGO.
                                                         
Com vista a por fim a todos estes males que afligiam o Reino, uma moça de 21 anos de idade de, natural de Mbanza Kongo, de nome Kimpa Vita, promoveu uma grande campanha política, fazendo com que os bacongo entendessem a importância da unidade dos kongo e a necessidade de resistir às atrocidades dos colonialistas, bem como a não-aceitação da venda de negros que sustentava a escravatura. Tendo convencido muitos bacongo, KIMPA VITA, traçou um plano para alcançar tais objectivos: a reconstrução de Mbanza Kongo, capital dos kongo e escolha de um Rei, obedecendo os princípios fundamentalistas da Tradição Religiosa Kôngo.

Por isso, foi atribuindo uma parcela de terreno a cada um de seus seguidores na montanha Nkumba Ungudi (Mbanza Kongo), com a condição de construírem e viverem ali. Em pouco tempo, Kimpa Vita conseguiu colocar 100.000 habitantes em Mbanza Kongo, alcançando assim o primeiro objectivo.
                                                                              

Vinda do Soyo, em Maio de 1706, Kimpa Vita acompanha de muitos dos seus discípulos, fazem um retiro para uma floresta na montanha Nkanda (actual Serra da Kanda), onde preparavam o processo da votação do Rei, isto é, depois de ter recebido as candidaturas vindas de todos os cantos do reino.

Tendo-se apercebido disto, os portugueses através dos padres católicos, mandaram para aquela floresta um grupo de soldados que mataram todos os seguidores que se encontravam com a Kimpa Vita e levaram apenas ela até a aldeia Vululu (divululu), onde estavam Dom Pedro (um kongo ungido rei pelos portugueses), Bernardo da Gallo que era padre, Lourenço da Luca (um oficial do exercito português, infiltrado na missão católica, como padre) e outros colonizadores que pediram a Kimpa Vita para que ela repugnasse a sua missão e dissesse ao povo que tudo o que ela ensinou não passavam de aventuras, de tolices e em troca não seria morta, ao que Kimpa Vita respondeu negativamente, demonstrando-se estar pronta a morrer, se fosse o caso. Com isso, no dia seguinte ao julgamento, isto é, na manhã de 02 de Julho de 1706, depois de ser espancada selvaticamente, foi atirada viva numa grande fogueira, onde morreu.

Por isso, para além de profetiza, o povo kongo naquela época, a chamavam também de KESA DIA KONGO (HEROÌNA DO KONGO).

Em suma, este foi o trabalho de Kimpa Vita, no que toca ao nacionalismo Kongo.

Glória e honra a esta mulher africana e bakongo.

BIKA LUSAKUMUNU LUA TATA NZAMBI A MPUNGU LUA KALA YANDI!

         
Por: João Mbizi Malundo Bige                                    Facebook: Grupo  Kongo            

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